Frase de boas vindas

Os sonhos devem ser ditos para começarem a se realizarem.
E como todo projeto, precisam de uma estratégia para serem alcançados.
O adiantamento destes sonhos desaparecerá com o primeiro movimento.
Paulo Freire



domingo, 3 de julho de 2011

O Teatro na escola: uma proposta multidisciplinar no processo de ensino e aprendizagem nas aulas de Educação Física

* Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro
** Professor das Disciplinas: Prática Esportiva III e Recreação e Lazer (Brasil)
Luiza Helena Junqueira / Eliane Silva* / Luiz Antonio Leitão**
(roerafa@ig.com.b)

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 50 - Julio de 2002


I. Introdução

O Teatro na Escola tem uma importância fundamental na educação e nas aulas de Educação Física. Ele permite ao aluno uma enorme “gama” de aprendizados podendo citar como exemplos, a socialização, a criatividade, a coordenação, a memorização, o vocabulário e muitos outros.

Através do teatro, o professor pode perceber traços da personalidade do aluno , seu comportamento individual e em grupo, traços do seu desenvolvimento e essa situação permite ao educador, um melhor direcionamento para a aplicação do seu trabalho pedagógico.

O tema da presente pesquisa é abordar o teatro na escola dando uma idéia geral dos “tipos de teatro” que podem ser aplicados no contexto das atividades físicas. Eles enfocam uma proposta de ensino diferente da forma tradicional. Estes tipos também podem estimular o aluno em diversos aspectos que o levam ao aprendizado, servindo como uma variação da forma de ensinar na Educação Física Escolar.

Os teatros mencionados nesta pesquisa abordam o contexto histórico de cada um, o tipo de material que pode ser utilizado para a confecção dos bonecos (que pode variar desde materiais caros até um material de sucata) e o que cada um pode estimular e acrescentar ao aluno de um modo geral.

No final, há os scripts contendo o diálogo das peças representadas pelos integrantes do grupo, demonstrando que é possível criar e interpretar e com muito pouco, divertir e ensinar à todos.


II. Tipos de atividades

2.1. Teatro de Máscaras

O homem usa máscaras desde a Pré-História nos rituais religiosos. Na África, elas são esculpidas em madeira e pintadas. Já os índios americanos fazem-nas de couro pintado e adornos de penas. Na Oceania, são feitas de conchas e madeira e com madrepérolas incrustadas.

Existe um tipo muito antigo de máscara que é aquela desenhada no próprio rosto com tintas especiais, maquiagens e pinturas. Este tipo é muito utilizado pelos índios e pelos africanos nos seus rituais religiosos, de guerra, festas , etc..

Na China, as cores das máscaras representam sentimentos e no Japão, os homens usavam máscaras representando personagens femininos.

Em Veneza, no século XVIII, o uso de máscaras tornou-se um hábito fazendo parte do vestuário da época.

No Brasil, as máscaras são usadas nas festas folclóricas e no carnaval.

As crianças gostam muito de vestir máscaras, principalmente de super-heróis que elas vêem na TV. O importante é deixar que elas confeccionem as máscaras em sala de aula ou no pátio da escola.

Para a confecção, pode-se usar sacos de papel, cartolinas, tecidos, tintas, pratos de papelão, jornal, material de sucata, etc.. Esta atividade não é difícil de ser executada e será prazerosa para asa crianças, pois elas poderão representar uma história com um material que elas mesmo elaboraram, pois estarão criando e recriando à sua própria dialética.

O teatro de máscaras promove a recreação, o jogo, a socialização, melhoria na fala da criança, desinibição dos alunos mais tímidos.

Quando o trabalho em aula exigir o uso da palavra, a máscara a ser utilizada é aquela que cobre os olhos e o nariz deixando a boca livre, permitindo que a voz saia clara, exibindo a sua expressão verbal.

As crianças representando com o rosto oculto, se permitem viver o enredo dos próprios personagens e o cotidiano social a que pertence.


2.2. Teatro de Sombras

O teatro de sombras é uma arte muito antiga, originária da China e se espalhou pelos países da Europa.

Existe uma lenda chinesa a respeito do teatro de sombras. Diz a lenda que no ano 121, o imperador Wu Ti , da dinastia dos Han , desesperado com a morte de sua bailarina favorita, ordenou ao mago da corte que a trouxesse de volta do “Reino das Sombras”, caso contrário, seria decapitado. O mago usou a sua imaginação e através de uma pele de peixe macia e transparente, confeccionou a silhueta de uma bailarina.

Quando tudo estava pronto, o mago ordenou que no jardim do palácio, fosse armada uma cortina branca contra a luz do sol e que esta deixasse transparecer essa luz. Houve uma apresentação para o imperador e sua corte. Esta apresentação foi acompanhada de um som de uma flauta que “fez surgir a sombra de uma bailarina movimentando-se com leveza e graciosidade”. Neste momento, teria surgido o teatro de sombras.

Este tipo de teatro ainda é pouco conhecido no Brasil. É uma atividade muito divertida que estimula a criatividade da criança.

Para realizar o teatro de sombras é necessário ter como material: uma fonte luminosa, uma tela (ou um lençol bem esticado) e silhuetas para serem projetadas.

As lâmpadas indicadas são as de 40 ou 60 watts, transparentes, dentro de latas de óleo para possibilitar a concentração da luz.

A tela deve ser de um tecido totalmente branco e não transparente.

Como silhueta, pode-se usar fantoches de varas recortados em papel cartão, cartolina ou papel grosso. Pode-se também utilizar outros objetos. Os fantoches movimentam-se atrás do papel, projetando a sombra. As crianças ficam atrás do palco interpretando a história, participando na movimentação dos bonecos, além de poderem confeccionar o material do teatro.

Outra atividade relacionada ao teatro de sombras, são as sombras feitas através das mãos onde se projetam com elas, as sombras numa parede, formando figuras de animais em movimento como abrindo e fechando as asas, a boca , mexendo as orelhas.

Cada aluno cria as mais diversas figuras, compara-as com as dos colegas, fala sobre as sombras projetadas.

O teatro de sombras proporciona o desenvolvimento da criatividade e da motricidade das mãos na criança, importante no período da pré-escola e da alfabetização.

Para que aconteça o teatro de sombras com as mãos, é necessário que o ambiente esteja escuro, iluminado somente com uma lâmpada ou uma vela acesa.


2.3. Teatro de Fantoches

O teatro de bonecos tem sua origem na Antigüidade.

Os homens começaram a modelar bonecos no barro, mas sem movimentos e aos poucos foram aprimorando esses bonecos, conseguindo mais tarde a articulação da cabeça e membros para fazer representações com eles.

Na China, Índia e Java já existia o teatro de bonecos.

Na Grécia Antiga, os bonecos não só tinham uma importância cultural, mas religiosa também. A cultura grega do teatro de bonecos foi assimilada pelo Império Romano e se espalhou por toda a Europa.

Na Idade Média, os bonecos eram utilizados em feiras populares e nas doutrinas religiosas.

Na Itália, o boneco “maceus” antecessor do polichinelo, era o boneco mais popular.

Na América, os fantoches foram trazidos pelos colonizadores, apesar dos nativos já fazerem bonecos articulados e que imitavam os movimentos dos homens e dos animais.

Depois da Primeira Guerra, os bonecos articulados por fios, varas e marionetes começaram a ser utilizados nas escolas americana e tcheca e no Brasil, as representações com bonecos datam do século XVI. No Nordeste, o teatro de bonecos apareceu principalmente em Pernambuco, onde a tradição permanece até os dias de hoje. Somente em meados do século XX é que o teatro de bonecos se consolidou fortemente em nosso país.

Para a confecção dos fantoches são utilizados vários tipos de material inclusive sucata, que pode ser um recurso muito bem aproveitado e sem custos para o professor e para a escola, pois pode ser trazido pelos próprios alunos, o que tornaria a atividade de confeccioná-los ainda mais interessante.

Tudo poderá ser aproveitado. Tachinhas, fita crepe, latas, sacos, durex, esparadrapo, rolos de papel higiênico vazios, tintas, etc..

Um outro recurso é utilizar as próprias mãos como fantoches, não necessitando de um material elaborado. Basta desenhá-lo na própria mão com caneta esferográfica, carvão, tintas especiais, etc.. O uso de várias cores tornará os bonecos mais alegres. Pode-se acrescentar acessórios às figuras enfeitando as mãos e os dedinhos das crianças. Como exemplo, lã, chapéu, meias, penas. Etc.. Outros tipos também são muito utilizados como mãos com luvas, costas das mãos, fantoches de copinhos, de meias, de garrafas e até mesmo de galhos de árvores e flores.

O professor deve incentivar os alunos a explorar todos os movimentos dos dedos, mãos e braços, criando uma atmosfera do conhecimento do próprio corpo. Para isso, a utilização de músicas populares, folclóricas ou clássicas são fundamentais para que o trabalho com o fantoche seja desenvolvido, além do diálogo, desenvolvido entre os participantes.


2.4. Teatro de Varas

Este teatro é uma variação do teatro de fantoches. È considerado um fantoche de vara. Os bonecos são mais simples , mais baratos e de confecção mais fácil. Como característica principal, são geralmente sustentados por uma vara. Podem ser confeccionados com cartolinas, bolinhas de isopor, de papel, colher-de-pau, palitos de churrasco, garfos vestidos com roupas de pano, palitos de picolé, copinhos de plástico sustentados por palitos.

O fantoche de cone é um tipo de boneco muito encontrado em feiras livres e circos populares, podendo representar uma figura humana ou um animal, geralmente sobre a forma de um palhaço ou pierrô. É uma variação do fantoche de vara, basta segurá-los pela vareta e dar-lhes o movimento de acordo com a situação.


2.5. Pantomima

A pantomima pode ser considerada um jogo teatral que é realizado por cenas de ação dramática que se caracterizam por explicação da ação através do gesto. Podemos exemplificar essa afirmação através deste exemplo: a primeira atividade proposta foi a de arrumar uma casa; os elementos foram entrando e ordenando aos cantos da cada, e ao final de cada um estava fazendo alguma coisa- ou lendo um livro, ou cozinhando, ou escutando música. A atividade do segundo jogo era colocar água num copo e bebe-la. Mas, assim que subiram mais jogadores ao palco estourou-se a disputa pela água. No terceiro jogo, a atividade era tocar um instrumento, e os jogadores subiam ao palco tocando cada um seu instrumento, até que um dos participantes regeu a orquestra, que passou a existir em função do estabelecimento de uma ordem mais ampla, fixando uma relação lógica da cena. Algo mais próximo ao jogo da atividade foi atingido quando um dos jogadores subiu ao palco e propôs atividades de “tecer”. Mas ainda que o grupo elaborou um cenografia, configurando um oficina de tecelagem, na qual eram desenvolvidas as mais diferentes atividades, desde dobrar panos até crochê ou costura à máquina. Somente numa fase posterior, quando voltamos ao jogo da atividade, o grupo manteve o foco solicitado pelo jogo.

Quando o foco na atividade foi descoberto pelo grupo, houve seleção e detalhamento no gesto, o que provocou uma modificação na atuação. Em comparação com o primeiro momento, quando há disputa pela água gerava um clima quase frenético, demonstrando a preocupação de fazer alguma coisa no palco, o segundo revelava um relaxamento de tensão, o que favorecia o surgimento de ações improvisadas. As imposições individuais e a linearidade da narrativa cederam lugar a autenticidade do jogo.

Pantomima resume-se ao:

Uso de caricaturas,

Dramatização (exemplo: Charles Chaplin);

Uso de características fortes sem uso de palavras,

Ás vezes tem um contexto social,

Usado muito em aulas de teatro,

Tem como objetivos: diversão, socialização, coordenação motora e aprender a usar o corpo como um todo.


III. O valor pedagògico do teatro de bonecos

Os bonecos utilizados pelos alunos na escola seguindo a orientação de um professor de Educação Física, tem um papel importantíssimo na educação, pois eles podem ajudar a desenvolver vários aspectos educacionais principalmente aos que estão relacionados à comunicação e a expressão sensório-motora.

O professor deve deixar a criança manipular os bonecos à vontade. Aos poucos, a criança irá sentir uma vontade de criar uma fala, um diálogo para aquele boneco, aliando o movimento dele com a palavra.


A criança sendo estimulada nesta situação, ela irá começar a inventar personagens, desenvolvendo e aprimorando o diálogo com eles. Essa criação livre e natural pode levar à diálogos proporcionados por histórias lidas e ouvidas, textos prontos para este tipo de teatro.

Geralmente, as crianças pequenas começam a brincar sozinhas com seus bonecos e pouco a pouco, vão unindo-se com outras crianças criando os seus próprios fantoches e iniciando a socialização, pois percebem a necessidade de esperar sua vez para falarem, para ouvir os outros, respeitar a opinião dos colegas e exprimirem um manifesto de suas opiniões usando de argumentos plausíveis.

As brincadeiras com fantoches permitem que a criança desenvolva a expressão oral e artística, pois os bonecos levam a criança sempre ao mundo da imaginação e do faz-de-conta.

Já os alunos maiores (geralmente do ensino fundamental), usam o fantoche para expressarem seus pensamentos de uma forma mais livre. Contam suas ações, seus desejos, aventuras, reproduzem fatos e histórias lidas e ouvidas do seu dia-a-dia.

O teatro de bonecos também estimula a criança a desenvolver a potencialidade da voz porque de acordo com o personagem representado, a criança pode falar grosso, fino, imitar sons de bichos, de elementos da natureza como por exemplo, chuva e trovoadas, abrindo momentos lúdicos e sensórias. Elas começam a adequar a voz às diversas situações aliando o ritmo vocal ao gestual.

A criança ao ouvir aos mais diversos sons, ela provavelmente ouve com mais interesse o que os outros falam. Isso faz com que ela perceba a musicalidade de uma canção e o seu ritmo, sendo considerado um fator fundamental na educação da audição (sensorial).

Um outro fato é que os bonecos confeccionados pelos alunos, mesmo que o professor participe da confecção, são mais adequados para o aprendizado do que os comprados prontos, pois quando eles mesmos criam os fantoches, passam a gostar mais deles unindo neste momento, três aspectos da educação: a expressão oral, a plástica e as emoções vivenciadas anteriormente.

O teatro de bonecos na formação do educando tem como objetivos: a percepção visual, auditiva e tátil; a percepção da seqüência de fatos (noção espaço-temporal); coordenação de movimentos; expressão gestual, oral e plástica; criatividade; imaginação ; memória; socialização e o vocabulário.

Este tipo de teatro pode ainda revelar ao professor, aspectos do desenvolvimento da criança que não são observados durante os trabalhos escolares tradicionais. Com isso, o professor poderá direcionar atividades educativas e recreativas de acordo com a capacidade da criança. Assim, o teatro de bonecos significa para a criança um jogo e para o professor, uma técnica didático-pedagógico no processo de ensino-aprendizagem.

Devemos sempre lembrar que a lógica infantil é diferente da lógica do adulto, sendo o teatro de bonecos real para a criança, dentro da realidade do jogo, lúdico e do jogo da vida no qual está inserido no contexto civilizacional do seu grupo social


3.1. Fases do Planejamento das peças

O planejamento das peças pode ser realizado pelos alunos e pelo professor passando por três fases: a fase do planejamento propriamente dita, a fase de execução e a fase de avaliação.


Fase do planejamento

Nesta fase ocorre a escolha do tema, escolha dos personagens, caracterização dos personagens e escolha do local para apresentação. Na fase da caracterização, o aluno deve descobrir sozinho como vestir os bonecos de acordo com o texto da peça.


Fase de execução

No ensaio, cada apresentador decora a parte do personagem que irá representar. Os ensaios devem ser realizados na presença de todos os alunos da classe junto com o professor.

Na representação é onde ocorre a apresentação da dramatização já pronta e ensaiada.


Fase de avaliação

A avaliação deve ser considerada pelo professor uma forma de incentivo à atuação da criança. Nesta fase, os alunos revelam muito as características do seu eu, atitudes, comportamentos e habilidades. É a oportunidade que o professor tem de analisar seus alunos, conhecendo-os melhor para auxiliá-los no processo educativo.

O professor deve avaliar no aluno as mudanças comportamentais dele, sua integração com o grupo levando em consideração, o desempenho da criança no desenvolvimento da apresentação da atividade.


3.2. Exemplos de peças sócio-educativas:

O macaco e o coelho

( Em cena, um macaco e um coelho. )
Macaco: Vamos fazer um trato?
Coelho: Que trato?
Macaco: Eu só caço borboletas e você só caça cobras.
Coelho: Está bem. Isso é pra valer?
Macaco: Claro que é.
Coelho: Então vou dar umas voltas pela mata e ver se consigo caçar cobras.
Macaco: Eu vou primeiro. Nesta hora, a mata deve estar cheias de borboletas.
( O macaco sai. )
Coelho: Vou aproveitar e dormir até o macaco voltar.
( O coelho dorme e o macaco volta. )
Macaco: O coelho está dormindo. Vou aproveitar !
( Puxa as orelhas do coelho. )
Coelho: Que é isso? Quem está puxando minhas orelhas?
( O macaco ri. )
Macaco: Ah ! Ah ! Ah ! Desculpe, amigo ! Pensei que fossem borboletas.
( O coelho vai saindo e pára na ponta do palco. )
Coelho: Espera que terás de volta.
( O coelho sai, e o macaco dá umas voltas pelo palco e depois fica distraído olhando alguma coisa. O coelho vem devagarinho por trás dele, segurando um pau. Dá uma paulada no rabo do macaco. O macaco berra. )
Macaco: Ai, ai, ai ! O que você fez?
Coelho: Desculpa, amigo. Vi uma coisa comprida e torcida. Pensei que fosse uma cobra.
( Sai apressado. )
( O macaco fica gemendo enquanto a cortina fecha. )
Narrador: Foi desde aí que o coelho, com medo de o macaco vingar-se, passou a morar em buracos.

O sapo encantado

1ª cena
( Aparecem o rei e a princesa.)
Rei: Minha filha, dou-lhe esta bola de ouro para você brincar no parque.
Princesa: Obrigada, papai ! Já vou brincar com ela !
( O rei sai. )
( A princesa joga a bola que, daí a pouco, some dentro do palco. )
Princesa: Oh ! Minha bola caiu dentro do poço e não posso pegá-la. O poço é tão fundo!
( A princesa chora. )
Sapo: Por que está chorando, linda princesa !
Princesa: Porque minha bola caiu dentro do poço e não sei como tirá-la de lá.
Sapo: Irei buscar sua bola, com uma condição. Você terá de levar-me ao palácio. Quero sentar-me à mesa, ao seu lado, e comer no seu prato.
Princesa: Está ....bem. Farei tudo isso que você me pede se trouxer minha bola de volta.
( O sapo some embaixo do palco e volta com a bola. )
Sapo: Aqui está sua bola, princesa. Não precisa chorara mais.
Princesa: O brigada ! Vamos para o palácio.

2ª cena:
( O rei entra em cena. Em seguida, entra a princesa. )
Princesa: Papai, veja o que aconteceu ! Minha bola de ouro caiu no poço e este sapo prometeu buscá-la se eu o trouxesse para comer conosco, sentado em nossa mesa.
Rei: Sim, minha filha. Palavra de princesa não volta atrás.
( A princesa acaricia o sapo. )
Princesa: Você não é muito bonito, mas foi muito bom para mim. Gosto de você.

( A princesa beija o sapo. )
( O sapo desaparece sob o palco e em seu lugar surge um príncipe. )
Príncipe: Obrigado, muito obrigado ! Sua bondade desencantou-me. A bruxa malvada transformou-me em um sapo e eu só poderia voltar a ser príncipe quando uma pincesa me beijasse. Jamais esquecerei seu carinho.
Princesa: Ah ! Que bom ! Que lindo príncipe você é.
( O príncipe dirige-se ao rei. )
Príncipe: Quero pedir-lhe, majestade, a mão se sua filha em casamento.
Rei: Você quer casar com o príncipe, minha filha?
Princesa: Sim, papai.
Rei: Concedo-lhe a mão de minha filha, com muito prazer! Quero que vocês sejam muito felizes.

A festa no céu
( Um sapo aparece no palco, passeando de cá para lá. Entra um coelho.)
Coelho: Bom dia, Sapo ! Como vai ?
Sapo: Vou bem, obrigado. E você ?
Coelho: Ah ! Eu vou bem ! Imagine você...Vou a uma festa .
Sapo: Onde é a festa ?
Coelho: Nem te conto. Vão todos os animais.
Sapo: Mas onde é essa festa ?
Coelho: É uma festa de arromba. É no céu.
Sapo: No céu ? Nunca ouvi falar.
Coelho: Pois é. Eu vou à festa no céu.
Sapo: Quem mais vai à festa ?
Coelho: Vão todos nossos amigos. Você também pode ir.
Sapo: Oba ! Oba ! Eu vou , eu vou !
Coelho: Vai haver muitos doces.
( O sapo abre um pouco a boca. )
Sapo: Oba ! Vou comer muitos doces.
Coelho: Vai haver refrigerantes.
( O sapo abre mais um pouco a boca. )
Sapo: Oba ! Está pra mim, gosto muito de refrigerantes...
Coelho: Dizem que a mesa é comprida, cheinha de doces, salgados, refrescos...
Sapo: Oba ! Vou comer até dizer chega. Oba !
( O sapo abre toda a boca. )
Coelho: Só que tem um detalhe.
( O sapo abre a boca o mais que pode e fica de boca aberta. )
Sapo: Qual é ?
Coelho: É que bicho de boca grande não pode entrar.
( O sapo fecha a boca de repente e torna a falar abrindo-a só um pouquinho. )
Sapo: Eu quero ver como o jacaré vai se arranjar....

Os ratos, o gato e o queijo
( Ao abrir-se a cortina, aparece, no centro do palco, um queijo. )
( Daí a pouco entram dois ratos: um de cada lado do palco. )
Ratinho: Olhe um queijo ! É meu !
Ratão: Eu vi primeiro, é meu !
Ratinho: Viu nada. Eu é que vi primeiro. Vou comê-lo.
Ratão: Vai nada ! Quem vai comer sou eu.
Ratinho: Isso é o que você pensa. Vou lhe dar uns tapas e o queijo é meu.
Ratão: Dá, se for homem !
Ratinho: Dou mesmo. É pra já.
( Brigam, um batendo no outro. )
Ratão: Pensando bem, é melhor repartir o queijo. Você fica com um pedaço e eu fico com o outro.
Ratinho: Ah ! Já sei que você quer o pedaço maior. Não aceito a sua proposta.
Ratão: Vou dividir o queijo em duas partes bem iguais. Confie eme mim.
Ratinho: E você é de confiança ? Vou ficar com o queijo inteirinho.
Ratão: Ah ! É assim ? Você vai é apanhar.
( Brigam. Depois de algum tempo de luta ouve-se um miado que vai aumentando à medida que alguém vai se aproximando. Aparece o gato. )
Gato: Miau ! Miau !
( Os ratos se assustam e fogem apavorados. )
Gato: Oh ! Oh ! Oh ! Que belo queijo ! Vou saboreá-lo !
( O gato come o queijo e fecha-se a cortina. )


Jogo de volei

Duas equipes e um juiz (todos os alunos).

Há disputa de uma partida de voleibol, onde uma das equipes é considerada vencedora. A outra equipe perdedora fica triste pela derrota. Vencedores e derrotados ao final se confraternizam no momento de cultura da paz e da introdução do Fair-Play, no sentido lúdico e educacional do jogo.


IV. Conclusões

O teatro na escola é um meio rico, diverso e fácil de ser trabalhado com crianças.

Utilizando um recurso material barato e de sucata para confeccionar os bonecos, as roupas, o palco, a cortina, etc.. é possível realizar várias atividades.

Verificamos a importância que o professor tem , de planejar de forma adequada, as atividades a serem realizadas com os alunos que vão desde a confecção dos bonecos até o desfecho da peça. O educador deve levar em consideração o nível de desenvolvimento das crianças que estão participando do trabalho para que este possa alcançar os objetivos propostos.

Com esta pesquisa, observamos a importância cada vez maior de utilizarmos esse recurso como estratégia educacional, para transmitir mensagens positivas e eruditas aos alunos, ajudá-los a enfrentar os desafios da vida, pois através do teatro, eles podem expressar palavras, vontades próprias, sentimentos, aumento da capacidade de articulação da voz, identificação com os personagens, prazer em reproduzir histórias ou situações que os encantam e quem sabe futuramente, possa aflorar algum talento que faça surgir um ator. Isso tudo e muito mais, pois para as crianças, dramatizar é brincar.

E certamente, o professor também vivência muito com seus alunos, podendo verificar a personalidade, características comportamentais, sociais e de valores morais de cada criança e com isso poderá enriquecer e aprimorar a sua interação com o grupo, estimular e melhorar a interação entre os próprios alunos.

Os alunos que tem a chance de participar deste tipo de trabalho, se este for bem conduzido, provavelmente irão enfrentar com menos dificuldades as situações de seu cotidiano, exteriorizando e sentindo e tendo uma maior liberdade de expressão de todos os seus atos.


Referências bibliográficas

LADEIRA, Idalina; CALDAS, Sarah., Fantoches & Cia. Rio de Janeiro, Ed. Scipione, 1993.

Lecturas: Educación Física y Deportes · http://www.efdeportes.com · Año 8 · Nº 50
http://www.efdeportes.com/efd50/teatro.htm

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